Cap.4
— Que bom que o senhor chegou — diz Augustus, estendendo a mão para o xerife.
— Por que ele não está amarrado? — grita o xerife sacando sua arma.
— Ele estava amarrado! – grita de volta o padre, agarrando a mão de Augustus.
Sem tirar Augustus da mira da arma, o xerife pega suas algemas e joga para o padre.
— Use isso, assim teremos certeza de que ele estará bem preso — resmunga o xerife.
— Ele estava bem preso, eu mesmo amarrei o maldito — responde o padre, ainda surpreso com a situação.
As algemas são colocadas e Augustus, com as mãos presas às costas e à cabeceira da cama, volta a falar:
— Senhores, entendo sua desconfiança, mas, convenhamos, o que eu poderia fazer, desarmado, contra dois homens maiores e com uma arma apontada para minha cabeça?
— Enquanto estiver preso e na minha mira, nada, por isso, vamos manter assim. Não quero mais surpresas — diz o xerife encostando na parede, ainda sem abaixar a arma apontada para Augustus.
Padre: — Ele ia começar a contar como veio parar aqui quando você entrou.
Xerife: — Então fale. Quem é você e por que veio aqui?
Augustus resolve pular a parte da Europa Central: — Como havia dito, sou Augustus Wondernoff, proprietário do Grand Circo Wondernoff. Minha trupe – um calafrio passa pela espinha de Augustus, que se corrige rapidamente - digo, meus empregados, resolveram roubar meu circo, tentaram me matar, eu consegui escapar e acabei perdido no deserto. Andei não sei quanto tempo e caí aqui, literalmente.
Xerife: — Literalmente?
Padre: — Ele usa umas palavras frescas. Deve ser porque é estrangeiro.
Augustus: — Então, xerife, o senhor poderia me ajudar a recuperar meu empreendi... - outro calafrio – Meu circo! O senhor pode ajudar e pegar meu circo de volta?
Xerife: — Não.
Augustus: — Não? Eu fui roubado! Isso é contra a lei. Não é sua obrigação manter a lei?
Xerife: — Não. Minha obrigação é manter a cidade sem encrenca. Você fede a encrenca, mas parece falar a verdade, então, vamos te soltar e levar até a cidade vizinha para seguir sua vida e sumir daqui. Certo, padre?
Padre: — Se você tem certeza de que ele não volta, tudo bem.
— Ótimo! Eu também concordo, quando partimos? – pergunta Augustus levantando da cama, livre das algemas.